A VISITA
A VISITA
A poesia que me foge
já escapou a outros mais:
artífices de perto e longe.
Talvez eu cruze com ela
por onde não se percorre:
no céu de alguma favela.
Lá, por certo, ela visita
a morte, a vida em miséria...
e recolhe, então, aflita,
toda a insônia que há nos becos,
transforma em versos de lágrima,
descarta o poema seco.
Basilina Pereira