APARÊNCIAS
APARÊNCIAS
Posso não ser o que pareço
e não aparentar o que sou.
Carrego brasas na alma
e se me desnudo em versos
é para restaurar o sopro de cores
que teima em se ocultar pelo caminho.
Cubro as mãos e os pés
na iminência do toque
e, se me escondo sob as asas de um chapéu,
é que minhas tardes nunca aliviam
o fulgor que me afronta os olhos.
Na bagagem secundária,
tudo aquilo que me falta
e, no incerto do caminho, a pausa.
Com que roupa darei meu próximo passo?
Basiina Pereira