NÃO ASSIM

Não assim

Flores saudade

Pisoteadas e murchas

Sozinhas

São flores mortas também

Sem dono

Sem que sejam colhidas do chão

Não assim

Toque de silêncio

Recolher

Não assim

Puxando lentamente

À unha

A pele do coração

Não assim

Cheirando a fim

Insondável tal a morte

Vivamos a vida

Como nos deu a sorte

Não assim

Qual terreno seco

Outrora jardim

Não mesmo

Não assim

Feios de alma

Sorriso desfeito

Receba

Meu imenso carinho

Invadindo e cantando

Deste

Daquele

Deste outro

De qualquer jeito