Ao sol à pino...

Ao sol a pino

Ossos, na areia espalhados.

Um dia vida tiveram

Àquele que ali vês

Com o crânio furado

Era Delegado

Na vida bem sucedido

Pobre coitado

Acabou baleado

Àquele outro

De pé quebrado

Um dia dançou

No Teatro Municipal

Era o bailarino principal

Mas se deu mal

E aqui vemos

O seu final

Não ria

Não faça zombaria

Que um dia

Aqui poderás estar

Ao sol a pino

Quarando seu esqueleto

Ou o que dele sobrar

Porque é a certeza

Mais certa

Que da vida

Podemos levar

Ou seja,

A morte.

ABittar

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