O ano: As estrelas
Elas estão lá, em cima de nós
Nos observando, nos contemplando
Achando graça, rindo de nossos atos
Falhos, contidos, inaptos
Elas teriam a sabedoria?
Elas saberiam o que nos dizer?
Mas, apenas, mentem para nós
Pois, ano após ano
Século após século
A seguimos e nada ganhamos
Elas estão lá em cima
Nos insultam, nos amam, nos desejam
Querem ser como nós
Não querem estar presas naquele ponto
Querem sentir, respirar, transpirar
Ser, existir, conseguir, consumir
Consumar, carregar, estafar
Ver como são as coisas
Ser como são os seres vivos
Mas elas continuam por lá
Presas nos alicerces do infinito
Enquanto nós estamos presos
Nos alicerces da carnalidade
Dos jogos, dos contrafeitos
Das manipulações
Dos descasos, ocasos, relapsos
Perdidos no par infinito da dualidade humana
O que queremos? O que elas querem?
Queremos nos perder, elas querem se achar
Um caminho, é este, longo e árduo
árido em sua essência
Congestionado em sua lógica
E o que conseguir com isso?
Porque isto é bom?
E porque isto seria ruim?
Mas elas continuam lá...
E nós aqui...
Cada um com sua falha
Cada um no seu jeito
De viver esta vida
Na dança infinita
Deste maquinário estelar