O ano: As estrelas

Elas estão lá, em cima de nós

Nos observando, nos contemplando

Achando graça, rindo de nossos atos

Falhos, contidos, inaptos

Elas teriam a sabedoria?

Elas saberiam o que nos dizer?

Mas, apenas, mentem para nós

Pois, ano após ano

Século após século

A seguimos e nada ganhamos

Elas estão lá em cima

Nos insultam, nos amam, nos desejam

Querem ser como nós

Não querem estar presas naquele ponto

Querem sentir, respirar, transpirar

Ser, existir, conseguir, consumir

Consumar, carregar, estafar

Ver como são as coisas

Ser como são os seres vivos

Mas elas continuam por lá

Presas nos alicerces do infinito

Enquanto nós estamos presos

Nos alicerces da carnalidade

Dos jogos, dos contrafeitos

Das manipulações

Dos descasos, ocasos, relapsos

Perdidos no par infinito da dualidade humana

O que queremos? O que elas querem?

Queremos nos perder, elas querem se achar

Um caminho, é este, longo e árduo

árido em sua essência

Congestionado em sua lógica

E o que conseguir com isso?

Porque isto é bom?

E porque isto seria ruim?

Mas elas continuam lá...

E nós aqui...

Cada um com sua falha

Cada um no seu jeito

De viver esta vida

Na dança infinita

Deste maquinário estelar

Daniel Chrono
Enviado por Daniel Chrono em 31/08/2010
Código do texto: T2471121
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