POESIA SECA

Sem chuva

Folhas secas

Campo sem letras

Troncos marrons

Desfolhados

Sem páginas

Margens maiores

Dos rios de inspiração

Agora em fios

Fontes extintas

Outras gotejantes

Deixam o leito vazio

Linhas mortas

Versos sem água

Incendeiam...

Palavras em brasa

Se espalham com o vento

Queimam o sentimento

Viram fumaça

Nesse tempo de estio

A poesia emagrece

Bebe o pó do pensamento

Aparecem as costelas

O olhar não é sadio

Melhor deixá-la presa

No curral da imaginação

Até que as nuvens retornem

E molhem a emoção...

Janete do Carmo
Enviado por Janete do Carmo em 31/08/2010
Código do texto: T2469872