POESIA SECA
Sem chuva
Folhas secas
Campo sem letras
Troncos marrons
Desfolhados
Sem páginas
Margens maiores
Dos rios de inspiração
Agora em fios
Fontes extintas
Outras gotejantes
Deixam o leito vazio
Linhas mortas
Versos sem água
Incendeiam...
Palavras em brasa
Se espalham com o vento
Queimam o sentimento
Viram fumaça
Nesse tempo de estio
A poesia emagrece
Bebe o pó do pensamento
Aparecem as costelas
O olhar não é sadio
Melhor deixá-la presa
No curral da imaginação
Até que as nuvens retornem
E molhem a emoção...