O velho no novo
As ferrugens da rotina
Já fadigam meu pensamento
Corroem-me a beleza e faculdade de
Enxergá-la em cada vão momento
É terrivelmente belo
Ter que esquecer para poder aprender
E de se repetir-se para que possa viver
Da paradoxal necessidade
De ser... Sempre o mesmo
Para poder si transcender
Do nascer há um morrer
Do morrer há um nascer
Da velhice a meninice
No novo e no velho
Há ilusão de mesmice
Como um córrego de um rio
Em declive; em decadência
Como as mães em desespero
Pedem a um assassino por clemência
Rasgam-se as roupas que já estavam justas
Ao meu corpo que não para de crescer
Como escamas obsoletas de um réptil
Em seu corpo apodrecer
A morte do velho é essencial
Para que o novo dele possa nascer...