BALADA DA LUA CHEIA
Quero cantar uma canção bonita
Agora, milimétrica e ritmada
Uma balada
No topo d’algumas montanhas
Reluzir minha estrela
Polir o meu cinto
Calçar minhas botas
Cantar o meu canto
Até sangrar minhas veias
Pontear minha viola
Com gana sobre-humana
Fazer num claro lampejo
Surgir a luz por cima da lama
Cicatrizar a ferida
Do corpo e também da alma
Neutralizar o efeito
Da dor que rouba-me a calma
Fazer um verso suave
Claro e clarividente
Como fosse uma enchente
Num solo seco sertão
Fazer o sol despontar
Na noite de lua cheia
E transmitir em cadeia
Uma alegre e louca canção
Desencantar minha pena
Desengavetar meu verso
Como a fênix de fogo
Surgir no seu universo