Modernidade da eternidade

A vida brota do impossível

E na palavra constrói sua casa

Desmatando a natureza do silêncio

Nos verbos colocam o cimento de suas asas

Ferindo a paisagem

Como um ângulo reto

Corta o céu

Violentam

E sangram a imagem

Com obelisco

Da torre de babel

Arranha - o - céu.

Máquinas da complexidade

Roubam do silêncio

O sigilo da verdade.

O apêndice

Que incorpora

O reflexo do dono

Que se imortaliza

Como na prosopopéia

Que o inanimado ganha vida

Prédios

Cidades

Verdades

Gramática

Máquina

Pragmáticas

E pus

E Cada vez mais a poesia perde a graça

E a velocidade nos seduz

A modernidade determina nossa raça

Deixando a imortalidade

Estéril

Da luz

Carneiro de Lima
Enviado por Carneiro de Lima em 22/08/2010
Reeditado em 23/08/2010
Código do texto: T2452228