A vida é fatalista

Todo sofrer é uma dilatação

De nossa alma querendo crescer

Todo medo é na sua profundeza

Um clamor por nossa inteireza

Mas, por andarmos com sapatos pequenos

Esquecemos... A maravilha que nos está

Sempre à mostra... A grandiosidade de nossas

Vísceras quando exposta

Exposta de forma fatalista;

Como uma ferida que se esconde de um analista

Que aparentemente se cala

Mas com passar do tempo, não agüenta e fala

Escrita no corpo, no peito, no rosto

Contra nosso gosto, a alma cresce

E recusa não viver sua poesia

De transformar em ode

Toda nossa elegia...

Carneiro de Lima
Enviado por Carneiro de Lima em 21/08/2010
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