QUEBRANDO A ROTINA
Vou dizer bem do técnico do meu time,
Os políticos – claro - merecem o céu,
A sogra é sempre e muito bem vinda,
Multas de trânsito evidente que educam.
Adoro a expectativa de toda segunda-feira,
Minha vizinha é feia, sem graça, uma baranga,
Quando os amigos fiéis do escritório se juntam,
É tão somente para bem dizer do chefe querido.
O racismo não existe, é impertinência dos negros,
A preguiça é uma virtude dos que bem sabem viver,
Jamais sonhei em ganhar na loteria, sonhar prá quê,
Nem faço planos para quando me aposentar.
Suspiro de alegria quando minhas férias terminam,
Aquele amigo não vai mais tentar parar de fumar,
Descobri uma dieta que resolve definitivamente,
O genro sempre devolve o que pediu emprestado.
A partir de segunda nunca mais vou beber,
Não quero mais saber de pensar em sexo,
Meu filho adolescente é totalmente centrado,
Mulher bonita jamais tem atenção dos marmanjos.
Faltam versos e citações que incitam risos,
Dos absurdos repetidos, mesmo absurdos,
Queria só quebrar a seqüência idiota, mas repetida,
Como se meus ouvidos fossem tapados e cegos.
Besta rotina da afirmação do que inexiste,
Do tudo que não cremos e insistentemente repetimos,
Pedante mau hábito de ironizar a credibilidade alheia,
Ignorando o ridículo que a repetição ilógica espelha.
Salve a inteligência, o bom gosto e o respeito,
Abaixo os idiotas conscientes das suas idiotices,
Que subestimam os valores do bom e lógico senso,
Que sobrevivem em meio ao faz-de-conta que acreditam,
Nessa deprimente mistura fétida de demagogia e hipocrisia.
Vou dizer bem do técnico do meu time,
Os políticos – claro - merecem o céu,
A sogra é sempre e muito bem vinda,
Multas de trânsito evidente que educam.
Adoro a expectativa de toda segunda-feira,
Minha vizinha é feia, sem graça, uma baranga,
Quando os amigos fiéis do escritório se juntam,
É tão somente para bem dizer do chefe querido.
O racismo não existe, é impertinência dos negros,
A preguiça é uma virtude dos que bem sabem viver,
Jamais sonhei em ganhar na loteria, sonhar prá quê,
Nem faço planos para quando me aposentar.
Suspiro de alegria quando minhas férias terminam,
Aquele amigo não vai mais tentar parar de fumar,
Descobri uma dieta que resolve definitivamente,
O genro sempre devolve o que pediu emprestado.
A partir de segunda nunca mais vou beber,
Não quero mais saber de pensar em sexo,
Meu filho adolescente é totalmente centrado,
Mulher bonita jamais tem atenção dos marmanjos.
Faltam versos e citações que incitam risos,
Dos absurdos repetidos, mesmo absurdos,
Queria só quebrar a seqüência idiota, mas repetida,
Como se meus ouvidos fossem tapados e cegos.
Besta rotina da afirmação do que inexiste,
Do tudo que não cremos e insistentemente repetimos,
Pedante mau hábito de ironizar a credibilidade alheia,
Ignorando o ridículo que a repetição ilógica espelha.
Salve a inteligência, o bom gosto e o respeito,
Abaixo os idiotas conscientes das suas idiotices,
Que subestimam os valores do bom e lógico senso,
Que sobrevivem em meio ao faz-de-conta que acreditam,
Nessa deprimente mistura fétida de demagogia e hipocrisia.