A FLOR SOMBRIA
Eu as vezes me perco nos teus ímpetos
nos teus amargos dessabores
na tua vã unicidade do teu querer
enfim me perco nos teus amores.
A flor sombria que assombra
o jardim de estátuas e solidão
a mão que leva o cálice ao teu peito
o beijo que falta da emoção.
A grande falta de solenidade
um amor sem o mínimo de idolatria,
que eu chamaria cumplicidade
e a cerimônia da tua companhia.
Sem um sorriso que brilha de fato
ou que irá ficar acabrunhada
uma resposta ríspida, sem tato,
num expressão sem significado.
Esta flor, que daqui a leve o vento!
Que prive de florescer no meu peito
que a delete do meu pensamento
se, todavia, não houver outro jeito!
Se me tratas mau, com desdém,
se fere a minha dignidade
não sinto que sou mais o teu bem
nem há mais amor de verdade!
Sempre me curvei diante de ti
a tua vontade mais banal
pois o melhor é te ver sorrir
a tua alegria, para mim, era vital.
(YEHORAM)