A solidão da árvore...
A solidão da árvore
Que de tão sozinha
Bifurcou-se, dividiu-se.
Formando uma forquilha,
Para ter com quem dialogar
Presa na varanda do 18° andar
De um edifício da Avenida Paulista
Ao vê-la naquela varanda presa
Como um objeto de decoração
Fico triste e revoltado mas,
Que pode fazer o poeta
Ele mesmo é um solitário
Em meio a multidão
Cercado de pessoas
Por todos os lados
No fundo, no fundo,
Também está sozinho.
Somos sós, todos nos
Estamos sós
A solidão
É uma boa companheira
Quando aprendemos
A conviver com ela
A solidão
É uma ótima conselheira
Desde que saibamos
Ouvi-la
Acredito até
Que ganhei
Uma amiga
Ao invés de fugir
De uma inimiga
Hoje prefiro
A solidão sincera
À multidão fingida
ABittar
poetadosgrilos