JOANA
Mãos, o rosto, o corpo roto
Frios mármores prontos no seu dorso
Jaz a dor que sentes e antes procuravas.
E Joana, consigo, dizia:
- Dorme, dorme que passa.
Um labirinto... Um vetusto
São teus olhos,
Não aquele de amada
Não o de donzela mal amada.
O perigo que traz é este vazio
Desdém
De suas íris doloridas.
Pois, elas sobrelevam imóvel o mundo.
E para Joana o mais brutal,
Ainda, não é a dor do coração
Nem a prisão dos condenados
Do seu corpo inteiro.
É mesmo a flor amassada do seu natal.
E Joana, ainda consigo, dizia:
_ Dorme, dorme que passa.
Não há mais o afago de mão nenhuma
E a noite se distancia
Como o presente que se vai há segundos.
E Joana não sente mais a lua
Persegui-la
Como nos tempos de criança.
E a dor crescendo
E o amor se tangenciando.
Tudo, tudo no mundo é pouco
E dormir já não é mais a solução.
“_ Dorme, dorme que passa.”