Brincando de poesia – (várias)
UM ABSORTO COMANDANTE
Um mundo imaginário
Dentro do aquário
Só a ilusão flutua...
Os olhos rasos
Secam os fracos
Da essência tua
Canoeiro sem destino
O triangulo abrindo
As bermudas emergindo
Um absorto comandante
De olhar brilhante
E estrelar.
(Para o texto: SOL POENTE De: Tânia Meneses).
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VESTIDOS
Olhos de costureiras
Mulheres rendeiras
A bordar
Como um vestido estampado
O seu melhor alvo
Usar
A alegria bordada
Em sua alma acordada
Pregar
As cores brilhantes
Os olhos amantes
Filmar
As curvas finas
Em formas femininas
Me encontrar.
(Para o texto: VESTIDO ILUDIDO De: Tânia Meneses).
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FOSSE
Como se a vida fosse ensaio
Onde das flores de maio
Brotasse a paixão
Como se a vida fosse curta
Onde as curvas
Findassem a estação
Como se a vida fosse breve
Que o vento eleve
O coração
Como se a vida fosse triste
Mesmo na mesmice
A erosão
Como se a vida fosse única
Por baixo da túnica
Transformação.
(Para o texto: ENSAIO De: Tânia Meneses).
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DEPOIS DA CENA
Depois daquela cena
A maré serena
Silenciou
Ao meu desencanto
Sobre o canto
Do desamor
Entre as ruas frias
A beleza vadia
Propagou
Como meretriz
Sendo aprendiz
Da dor
Nos cantos da cidade
Onde existirem bares
Os carros as tomarão
Por um trocado
Mesmo abusado
Comprar o pão.
(Para o texto: CENA VISTA DA PONTE DO IMPERADOR De: Tânia Meneses).
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DIALOGAR
Com todas as tonalidades
Que pintam as idades
Das palavras no céu
Céu da boca pincel
Nuvem de papel
Rascunho fiel
Discurso perfeito
Caminho feito
Para chegar
Nas ruas das vidas
Em todas as idas
Dialogar.
(Para o texto: EXERCÍCIO DE ORALIDADE De: Tânia Meneses).
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QUEM É VOCÊ?
Quem é você
Que deixa transparecer
Aos olhos os ancestrais
Quem é você
Que a cada entardecer
Me procura tão fugas
Quem é você
Dentro do que não existe mais?
Quem é você no mundo dos reais?
(Para o texto: Despedida De: Mirea).
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PENSAMENTOS
São pensamentos soltos que viajavam sozinhos Para desatar alguém. Permanentemente solto, como eu em relação ao que não me prende. Até que outro pensamento venha e me ponha a cárcere.
(Para o texto: Aprisionado De: Mirea).
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***
Alma nua
Nos céus a bailar
Em todas as ruas
Amor levar
Em toques suaves
A enlaçar
De volta aos corpos
Esse sonhar
E se de novo vieres
Em voltar não te apresses
Em pensamentos pode ficar
E mais uma vez minhas mãos tocar.
(Para o texto: O INSTANTE DE PAZ De: Tânia Meneses).
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MORNA
Eu que antes morna, pude olhar fixamente em seus olhos, e dentro de sua retina uma chama me elevou a temperatura... Evaporei. Hoje, sou água que brota de teus olhos quando me lembras.
(Para o texto: MORNA /// RETINAS De: Tânia Meneses).
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DESVENDAR
É a leveza da alma que nos permite voar
E com os passarinhos também cantar
Na vida pergaminhos
Hei de encontrar
Melhor quando juntos
A desvendar.
(Para o texto: PENAS De: Tânia Meneses).
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***
A oração que desatina
A ingenuidade de uma menina
Com seu barco de versejar
Que não te escape as águas
Que se diluam as almas
Nesse doce brilhar...
Delírios de sol, Pesca de mar
Mistério do farol, Clarão do luar.
(Para o texto: DELÍRIO DO SOL De: Tânia Meneses).
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***
Não era um minuto que passava. Eram seus olhos que passeavam entre os tempos! E neles, a minha alma aprofundava o infinito em tuas córneas, como um oceano de mistérios. E agora, o que é o tempo? O que são seus olhos? O que é o amor?
(Para o texto: Minuto De: Mirea).
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VERDADE
...Tudo aquilo que era você em mim, aprofundava o infinito, e ninguém mais podia ver a verdade dos olhos... Havia apenas sua alma mergulhada no infinito do que penso ser eu
(Para o texto: ENLUTADA De: Tânia Meneses).
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SONHO
Depois de muito tempo acordada entre as luzes da cidade grande, ela estava sonolenta... É que naquele exato momento o seu coração sonhava.
(Para o texto: A LUA E O SONHO De: Dalva Molina Mansano).
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REDENÇÃO
Eu te conheço bem
Pegue o trem
E não espere chamar-te, vem!
No vagão
De uma paixão
A imensidão
Senti-me então, querida vida
Sou tua escrita, tua redenção.
(Para o texto: Então me fui... De: Mirea).
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PINTAR
Aquelas eram palavras feitas de plamas
das que compõem as almas
e reluzem na claridade
O nascimento
do esquecimento
pela idade do céu
Azul pincel
quem é você no léu?
Que vive a me pintar?
(Para o texto: INDAGAÇÃO De: Tânia Meneses).
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LÁ
Sua melodia me tirava de lá, me colocava no ar, uma ancora em algum lugar... Mais onde será? Onde é lá? Eu quero ir, quero dançar... Mas, onde será lá?
(Para o texto: A LÓGICA DO PIANO De: Tânia Meneses).
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FOME
Em um minuto, eu estava só, e a solidão me tinha... As horas eram torturas dos desejos, e dentro de mim tudo que restava era selvagem. A solidão queimava e tudo que era sano evaporava.Eles não sabem que a poesia é para se comer. E por isso, poetas sentem fome.
(Para o texto: ME FAÇA De: Sua Bruxinha).
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Bom, a um convite da querida poetisa Tânia Meneses, decide agrupar nesta página alguns poemas que foram escritos nas páginas de comentários dos queridos e amados recantistas.
**Agradeço a todos os poetas que me inspiram a brincar de poesia em seus lindos poemas.**
Em especial a querida Tânia, por mostrar de forma cristalina a preciosidade da poesia em nossas vidas.
Deus te abençoe Tânia, que esse seu talento só multiplique.
Beijos a todos.