NÃO CONSIGO EXPLICAR

Quando piso e escuto as folhas a estalar

A trilha deixada pelas lagrimas

Trazem-me seguidores

Que não desejo ver.

As portas que abro

Não me trazem surpresas

Esse vento que me visita

Arranha minha face

Num desafio que não consigo explicar.

Esse sentimento que mantenho

Não é abastecido com outros

Sinto às vezes minar

Essa cachoeira de emoções.

Nem todo grito que lanço

Tenho o retorno do eco

E as vozes que ouço

Nem sempre me trazem novidades.

Não consigo explicar...

Essa saudade

Essa vontade

Esse desejo

Essa falta de um beijo.

Se são lembranças de um passado

Dores do momento presente

Ou premonições futuras.

Não consigo explicar...

Porque mantenho uma mão fechada e outra aberta

Se meu sorriso insiste numa limitação

Quando exposto na face.

Quando meus olhos julgam a aparência

Meu interior aceita a decisão

Numa prévia classificação

Fria e calculista.

Não consigo explicar

Essa falta de espaço

E esse vazio que me preenche

Se me dou, sinto que perco

Se recebo, fico insatisfeito.

Tem muita coisa que não consigo explicar

Talvez não aceite ou não entenda

Não fale a mesma língua

Ou não decifro um outro olhar.

O que não se compreende

Fica difícil de explicar

Mas sinto falta da resposta

Quando faço a pergunta.

É que às vezes não consigo entender!

Di Camargo, 07/07/2010

Di Camargo
Enviado por Di Camargo em 31/07/2010
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