MORNA /// RETINAS

MORNA

Por que assim te fazes

Morna

Ou fria como a morte

Horas quente e tal a sorte

Surpreendente

Por que assim te dizes

De aprendiz

Se analfabeta sou

Dessa arte

Dessa parte

Por que assim te ocultas

E depois ressurges

Catapulta, muralhas tu atravessas

Imponente

Por que assim te pareces displicente

Disfarce

Mascarada e colorida jovem de Veneza

Por que assim apareces em festa de luz e cor

E dessa forma inusitada cantas e abraças

Alegria e também dor

Por que assim escolhes ir e vir

E também tolhes

Evitas, semeias e colhes

Pontos de luz espalhados

E com os teus dedos misteriosamente

Alimentados

Pois agora toma

Da flor da vida

E a desfolhes

***

RETINAS

Jurava e convencia

A quem a cantilena ouvia

Não o amo mais

Sequer de seu nome me recordo

Mentia

Dentro de suas retinas

Era sempre ele

Que eu via

***VEJAM TODOS VOCÊS A GRAÇA DA POETA E CONTERRâNEA, SARA GONÇALVES, ESPALHANDO POESIA NESTA PÁGINA! BJS, SARA.

Eu que antes morna, pude olhar fixamente em seus olhos, e dentro de sua retina uma chama me elevou a temperatuda...Evaporei. Hoje, sou água que brota de teus olhos quando me lembras.

***

VALHA-ME DEUS! VOU TER QUE PASSAR NO CARDIOLOGISTA PRA VER SE MEU CORAÇÃO ESTÁ MESMO SEGURO, POIS QUE FAREI DE TANTA EMOÇÃO E APURO? OLHEM AÍ A BELEZA DE POEMA DO QUERIDO POETA, HERMÍLIO PINHEIRO:

Fria, aquecem-te os meus lábios mornos;

Morna, de bruço, abrasa-te ao calor do meu peito;

Quente, fundem-se os corpos ardentes no leito.

Olhos da noite, da lua as retinas, nossos adornos.