BODAS DE PRATA
Em vinte e cinco anos de casados
Nunca houve comemoração
Nenhum ano foi tão abençoado
A merecer essa atenção
Foram tantas as brigas
Que conseguiram suprimir
As poucas alegrias
Que puderam existir
Nenhum bom momento
Hoje consigo recordar
Foram consumidos pelo tempo
Ou pela vontade de chorar
E nem adianta tentar reconstruir
Em nós algum bom sentimento
Não vale a pena se iludir
Pra retornar ao arrependimento
Muitos erros foram cometidos
De ambos os lados
Agora não faz nenhum sentido
Querer ver todos apagados
Por esses breves minutos
De demonstração
Nesse jogo absurdo
De recordação
Nada restou a se comemorar
Nesses anos que foram perdidos
Nenhuma vitória a se demonstrar
Que o desgosto já não tenha esculpido
Uma aliança não vai poder mudar
O que um coração sente
Amanha tudo voltará ao mesmo lugar
Nessa vida demente
Uma missa nada pode fazer
Contra o desgaste do tempo
A benção não irá fortalecer
O que já morreu no pensamento