Em que caminhos andas tu?
Eu ando por aí
Tenho andado algumas estradas
Veredas, descaminhos
Alguns estreitos caminhos
Tortos, sinuosos
Repletos de espinhos
Eu ando por aí, pela rodagem
Assim
À toa
Sentindo no corpo brisa, aragem
Levando a vida
Numa boa
Eu ando por aí
Solta
Ao léu
Horas das vestes me desfaço
Outras, me enluto de veus
Eu ando também
Pelos amplos caminhos dos ceus
Ah, eu ando e ando
Carrego pedras
Quebro montanhas
Seco rios
Encho oceanos
Eu ando tanto e quanto
Me pede o coração
Tem momentos que sigo em frente
E aqueles quando dou ré
Eu ando por aí voando
Asas criando
Quando me descobrem
Prefiro ir a pé
Eu ando pelas encostas, pelos vales, pelas planícies, pelos planaltos
Eu ando no olho do sol
Eu corro atrás da lua
Tem viagens que faço cantando alto
Tem viagens que faço chorando
Sigo sentada e sozinha
No banco do trem da vida
Desço na primeira estação
E ao primeiro que passa dou a mão
Caminho pelos telhados
Nas ruas soturnas, vazias
Com as trepadeiras do muro eu converso
E as convido a me acompanhar
E se você quer, venha comigo
Sem direito a retornar
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RESPONDENDO À PERGUNTA FEITA PELA AMIGA, DALVA MOLINA MANSANO, EM UM COMENTÁRIO.
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EMOCIONANTES PALAVRAS AS SUAS, DALVINHA, ESPERTO SEMPRE MERECÊ-LAS. BEIJOS, QUERIDA AMIGA.
Querida Tânia, que pessoa afortunada sou eu! Deus está sempre me mostrando que me põe em boas mãos! Quando cometo deslizes, só posso atribuir aos meus defeitos, que são tantos, entre eles, o da teimosia. E Deus precisa dar-me outra chance, a qual nunca nega! De uma simples pergunta por Ele a mim inspirada, nasce assim uma resposta que para lê-la há que haver silêncio absoluto, como se faz quando se lê uma oração! Por isso, minha amiga, tenho o MAIOR respeito por você! No caos em que vivemos, onde as pessoas já não se valorizam, ainda é possível encontrar alguém, assim, que se entrega de corpo e alma a levar harmonia que congraça pessoas de todos os lados e ainda se dá o trabalho de explicar-se. Praticamente, desnecessário seria dizer de seus caminhos, porque seus versos mostram-nos que seus pés trilham por onde há poesia; são passos indizíveis que vão do céu, como diz, ao banco dos mais humildes! Sua matéria prima, Tânia, nasce dos seus olhos que veem o encanto que aos outros passa despercebido. Você carrega pedras, sim, todavia entre elas sempre há mais flores e perfumes, que rocha. Você é ourives que transforma a pedra bruta de uma pergunta na joia preciosa de um poema feito todinho de entrega. Agradeço imensamente a você por tamanha generosidade e digo, que há um caminho por você percorrido que não foi citado: a trilha suave dos nossos corações que ficam felizes quando a leem. Um beijo, amiga e fique com Deus, Sempre!