Em que caminhos andas tu?

Eu ando por aí

Tenho andado algumas estradas

Veredas, descaminhos

Alguns estreitos caminhos

Tortos, sinuosos

Repletos de espinhos

Eu ando por aí, pela rodagem

Assim

À toa

Sentindo no corpo brisa, aragem

Levando a vida

Numa boa

Eu ando por aí

Solta

Ao léu

Horas das vestes me desfaço

Outras, me enluto de veus

Eu ando também

Pelos amplos caminhos dos ceus

Ah, eu ando e ando

Carrego pedras

Quebro montanhas

Seco rios

Encho oceanos

Eu ando tanto e quanto

Me pede o coração

Tem momentos que sigo em frente

E aqueles quando dou ré

Eu ando por aí voando

Asas criando

Quando me descobrem

Prefiro ir a pé

Eu ando pelas encostas, pelos vales, pelas planícies, pelos planaltos

Eu ando no olho do sol

Eu corro atrás da lua

Tem viagens que faço cantando alto

Tem viagens que faço chorando

Sigo sentada e sozinha

No banco do trem da vida

Desço na primeira estação

E ao primeiro que passa dou a mão

Caminho pelos telhados

Nas ruas soturnas, vazias

Com as trepadeiras do muro eu converso

E as convido a me acompanhar

E se você quer, venha comigo

Sem direito a retornar

***

RESPONDENDO À PERGUNTA FEITA PELA AMIGA, DALVA MOLINA MANSANO, EM UM COMENTÁRIO.

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EMOCIONANTES PALAVRAS AS SUAS, DALVINHA, ESPERTO SEMPRE MERECÊ-LAS. BEIJOS, QUERIDA AMIGA.

Querida Tânia, que pessoa afortunada sou eu! Deus está sempre me mostrando que me põe em boas mãos! Quando cometo deslizes, só posso atribuir aos meus defeitos, que são tantos, entre eles, o da teimosia. E Deus precisa dar-me outra chance, a qual nunca nega! De uma simples pergunta por Ele a mim inspirada, nasce assim uma resposta que para lê-la há que haver silêncio absoluto, como se faz quando se lê uma oração! Por isso, minha amiga, tenho o MAIOR respeito por você! No caos em que vivemos, onde as pessoas já não se valorizam, ainda é possível encontrar alguém, assim, que se entrega de corpo e alma a levar harmonia que congraça pessoas de todos os lados e ainda se dá o trabalho de explicar-se. Praticamente, desnecessário seria dizer de seus caminhos, porque seus versos mostram-nos que seus pés trilham por onde há poesia; são passos indizíveis que vão do céu, como diz, ao banco dos mais humildes! Sua matéria prima, Tânia, nasce dos seus olhos que veem o encanto que aos outros passa despercebido. Você carrega pedras, sim, todavia entre elas sempre há mais flores e perfumes, que rocha. Você é ourives que transforma a pedra bruta de uma pergunta na joia preciosa de um poema feito todinho de entrega. Agradeço imensamente a você por tamanha generosidade e digo, que há um caminho por você percorrido que não foi citado: a trilha suave dos nossos corações que ficam felizes quando a leem. Um beijo, amiga e fique com Deus, Sempre!