Gritos de outono
Impetuosa e soberba carne
Embevecida em frisson
Dos tecidos cáusticos que ardem
D'outro corpo néon
A ardência de uma tarde
Da maltrapilha razão
Ao descompasso do alarde
Surrupia o sentir vão
D'outra luxúria fomenta
Banhada a fio de pudores
A vil santa vestimenta
Da incauta sensação
Impetuosa e soberba carne
De efemeridade abstrata
Dos delírios cheirando batom
Eterniza em dó, ré, mi - o meu tom:
"A carne da alma que não minha
Grita-me em essência
A alma da carne que não minha
Definha-me em poemas".