UM AMOR REVIRADO...

Juntando palavras, inventando vocábulos...

Lá está o poeta em pleno trabalho de parto.

Sem perceber concebeu

distraidamente uns

fiapos de versos,

que agora gotejam no chão do quarto.

E, na folha branca do papel

fonemas, dilemas,

poesias e poemas.

Chegou, enfim, a hora

de ver a obra

pronta, finalizada.

E na manhã que surgiu

só um lençol na cama,

nem poesia, nem poema.

Apenas um amor revirado

e mais um poema abortado...

Tudo que restou é vil caligrafia.

Do parto do poeta, nem as dores!

IVAN CORRÊA
Enviado por IVAN CORRÊA em 10/07/2010
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