UM AMOR REVIRADO...
Juntando palavras, inventando vocábulos...
Lá está o poeta em pleno trabalho de parto.
Sem perceber concebeu
distraidamente uns
fiapos de versos,
que agora gotejam no chão do quarto.
E, na folha branca do papel
fonemas, dilemas,
poesias e poemas.
Chegou, enfim, a hora
de ver a obra
pronta, finalizada.
E na manhã que surgiu
só um lençol na cama,
nem poesia, nem poema.
Apenas um amor revirado
e mais um poema abortado...
Tudo que restou é vil caligrafia.
Do parto do poeta, nem as dores!