INDAGAÇÃO

Que voz é esta

Que canta na curva do caminho

Uma canção feita de desalinho

Que ternura é esta

Que desenha contextos por toda a pele

Que dança é esta que inebria

E desce pelas cascatas

Que verdes são estes que tingem o bordado do destino

E provocam desatino

Que sopro é este que assanha os lábios

E traz promessas de vagas rendilhadas

E ouro das profundezas

Ares de terras abandonadas

Quem são estes que me abraçam e beijam

Se nunca lhes prometi um instante de sossego

Se nunca com eles flutuei nos horizontes

E nunca com eles me banhei em suas fontes

Quem me diz de amar que já não sei

Quantas eras vivi que me esqueci

Quantos exércitos venci e em qual profundidade me feri

Quantas sou em mim

Que por isto nem me dei

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MAIS QUE ALEGRIA, MAIS QUE FELICIDADE É TER A INTERAÇÃO DA CONTERRÂNEA SARA GONÇALVES, NESTA PÁGINA, BELA SERGIPANA, PELA POETA!

...Aquelas eram palavras feitas de plamas

das que compõem as almas

e reluzem na claridade

O nascimento

do esquecimento

pela idade do céu

Azul pincel

quem é você no léu?

que vive a me pintar?