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UM POEMA NA CALÇADA
Quando tiveres de ir
Não faças como eu
Não repitas jamais
O meu gesto de adeus
Quando tiveres de ir
Deixa a porta cerrada
Um beijo na madrugada
E um poema
Na calçada
***
CONVERSA
Como me entender
Nestas ruas caminhando
Sem você
Parece que arrasto o mundo
Parece um vazio profundo
Pois eu queria tanto
Que sentássemos naquele banco
E conversássemos
E pudesse te olhar infinitamente
E nem precisaria que me avistasses nos olhos
A inocência das estrelas
Os barcos a vela
E do meu ser a porta
Nem do meu coração
A janela
***
DUAS ROSAS VERMELHAS
Duas rosas vermelhas
No mesmo jardim estão
Uma olha para cima
Outra olha para o chão
Bem assim é a sina
Distanciando duas rosas
E amores apartando
Uns seguem felizes da vida
Outros levam o tempo
Chorando