O PARTO DO POETA...

Juntando palavras, inventando vocábulos...

Lá está o poeta em pleno trabalho de parto.

Sem perceber concebia,

distraidamente uns

fiapos de versos,

que gotejavam no chão do quarto.

E, na folha branca do papel

fonemas, dilemas,

poesias e poemas.

Chegou, enfim, a hora

de ver a obra

pronta e acabada.

E, na manhã que surgiu

só um lençol na cama,

nem poesia, nem poema.

Apenas um sonho devassado

e mais um poema abortado...

Tudo que restou é vil caligrafia.

Do parto do poeta, nem as dores!

IVAN CORRÊA
Enviado por IVAN CORRÊA em 08/07/2010
Reeditado em 08/07/2010
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