EMBRIAGUÊS (Tânia), INSPIRADO EM EMBRIAGUEM-SE, de Baudelaire
EMBRIAGUÊS (Tânia)
Somente de poesia
Quero embriagar-me
Beber versos leves ou desengonçados
Poesia na natureza e na beleza
Dos telhados
E nem me importa se me disserem
Bêbada poeta
Antes digo eu
Que bebo poesia
Misturada aos cubos do gelo do perigo
Que pode uma poeta ser
Se não se embriaga
Do cerne do sentimento
De tudo cravado no pensamento
Desse respirar desesperado
Da Poesia sedenta
Insaciável
Segurando-me pelo braço
Caminhando ao meu lado
Bêbada também
Caindo de consciência e de desdém
Enche o copo, poesia
Bebamos ao aqui e ao agora
Ao nunca e ao além
Bêbadas as duas chegaremos
Onde
Não sei
Mas eu espero que dessa bebida
Lá se beba
Também