PAUSAS
Eu paro, eu respiro, eu suspiro
Eu piro, porque eu queria fazer mais
Mais do que posso ser, perceber, entender
E o que faço nem disfarço não me satisfaz
Eu busco o perfeito, e me ajeito, no meu leito
Nem durmo direito, eu busco o teu peito
Porque não entendo o que eu queria entender mas,
É sempre assim, uma busca sem fim
Da perfeição na lição dessa vida sofrida
Que me carrega, nessa doce entrega de não saber
O que eu queria saber um pouco mais
Nas pausas me entretenho, escrevo, percebo
O que sou, não sou poetisa, apenas versejo
Loucuras, pinturas, figuras do meu dia a dia
E do passado que penso ser agora, mas não, não é mais
Saudades, lembranças, andanças, distância
Pra só recordar, pro papel passar o que eu via, sentia
Que repercutia na minha vidinha de pobre poeta
Recluso nos versos repletos, incertos do que já não sei
Se é, se era, se foi, se será, quiçá, quem me dera
Romper a aurora, nas pausas propostas
Buscando respostas opostas ao que gostaria
Que fossem verdades, mas são raridades
Mentiras venosas de sonho e de mó
Aqui estou eu só, nas pausas
Do dia, do trampo, do malho
Em que me atrapalho, serviço encalho
Só para escrever estas linhas de dó
A dor do percurso, da vida, do pulso
Que pelo menos me deixa este recurso
De ser pequena, bem pequenininha
Poetisa, nos entremeios, nas pausas,
Que rasga as poucas palavras
Que nem fosse um fino filó