Meu barco navega onde ninguem aporta
em tardes de verão,quando a brisa sopra.
Meu barco segue mares tortuosos,fundos
é saveiro de intempéries,de um azul profundo.
É nau capitânea nas marés da juventude
barco dos amores,da inquietude
que singra verdes mares de alegrias mudas
morada tênue de carícias rubras.
Meu barco leva flores de tenras primaveras
para brancos mares nas noites plenas
é veleiro de risos onde moram os deuses
das paixões intensas da minha mocidade.
Meu barco flutua nas tardes outonais
amarelas folhas,orvalho nos berais
é barco de ilusões,lágrimas vertidas
por amores findos antes da partida.
É barco rijo que retorna ao cais
sonhando partir logo ao alvorecer
proa erguida num lago de agua doce
da maturidade,do meu entardecer...