MAIS
OLHOS DO DESTINO
Seguir sempre em direção à linha do horizonte
E em coisa alguma se sustentar ou ser
Atravessar mares e desertos
Procurar e não encontrar
E viver a agonia do mundo
A movimentação obrigatória
A condição transitória
O som da música que jamais cessa
A montanha que nos olha
O rio que nos cerca
A vela de um barco que acena
A noite que nos engana
A madrugada incerta
O instante que não acontece
O sentido que não cessa
Sede insaciável de um estremecer de festa
A minha estrada curva
A dos outros é reta
Entre as linhas paralelas
Moram um langor de sinos e o apito de um trem
Na escuridão dos olhos do destino
***
PSICOGRAFIA
Jamais diria
Tanto me perguntam
No entanto
A crer pelo volume de fantasia
Admitiria
Em mim viverem tantos poetas
Em agonia
Escrevendo poemas em minha pele
Todos os dias