Sou teu fado sigilário
Não adianta banhar-se de outros aromas
Meu cheiro está impregnado em tua pele
Eu sou cada gota de suor teu
Sou a raiz dos teus pêlos
Eu corro nua no sangue de tuas artérias
Sou teu vital oxigênio
Sou desespero que te invade
Tatuagem cósmica
Orgasmo fleumático
Não adianta buscar-me em outros corpos
Ou em outras bocas e abraços vagos
Saciedade matada, sem adornos de alma
E mundo vazio ao amanhecer
Sou a imagem menina de tua retina
Âmago de dor que inflama
Sou a eletricidade que te aviva
Paz que te alinha e derrama
Nas profundezas de minha alma