Malícia
Às vezes um puto, assim que me sinto
Noutro momento ordinário, tosco, ralé
Guizos na mão direita, gaita de assopro
No pontilhado do armário lentidão sã
E eu que me esqueci dos outros e deles
Às vezes um fraco, monstro, tola esfinge
Prepúcio com esmegma, libido intacta
Farejo o costume dos densos e festejo
A corrediça maneira breve de falar sutil:
Queria uma gota de ácido a derreter-me
Às vezes o fruto abismado travestido
Tenho fome de dentro que rasteja incapaz
E o que falar de nossos ouvidos mudos
Daquelas poucas certezas que se esvaem
Aos corredores ineptos onde me sento
Às vezes me calo sem a vontade do uso
Discursos entrelaçados no seio absurdo flácido
E ela sorriu sem dentes para que a gente a visse
Para que ele a devorasse nua e mal cheirosa
Intrépida carne na razão pungente que entôo