ESTERTOR

Agoniza o poema

As extremidades roxas

Corre um fio d’esperança louca

Pelo canto frio

Da boca

A urna lacrada

Choram estrofes carpideiras

Pela estrada

Versos começam a pingar

Segue o poema

Tarde e sol caminham

Devagar

O poeta fecha o túmulo

Na lápide anota

Não chore, poema

Teus versos chegam já

***

Morto

As mãos sobre o peito

Uma cruz

Um sorriso

De esperança

As últimas palavras

Versos de luz

A poesia, herança