Coveiro de mim
Sou meu próprio bandido
Ladro-me possibilidades
Pedaços de vida...
Deixo-me algemar em espaços
Sou meu próprio assassino
Sepulto-me na tumba
da conformidade
Sem honrarias...
Vivenciadas pelo tic-tac
Do meu cuco sarcástico
Dos replays - redundantes
Orgânicos, ocos e mecânicos
Involuntariamente, jazigo-me
Pelo comodismo e pelo medo
Por razões que desconheço...
Sou meu próprio carrasco
Bárbaro que me aprisiona
Em masmorras intrínsecas agridoce
Sou sede e cálice de veneno
Sou meu próprio coveiro
Meu próprio verme
Inferno de mim!