ESGRIMA, SUBSTANTIVO FEMININO

Nada tem de obra prima

Nem de paixão é resultante

Ou de noites de neblina

A poesia tem sede

Além da sede

A angústia

Da palavra a esgrima

Amantes de tantos versos

Vivem em outros mundos

Em outra dimensão submersos

Mas a vida real não dá espaço

Para mais que uma gota

E nesta gota precisamos ébrios afundar

Nos mistérios do ser

Nas profundidades do mar

Pois a poesia é sereia

Canta sem cessar

Abre os braços toda lânguida

Imersa em raios de luar

Tem boca de volúpia

Abraços de loucura

A poesia é

Sem dúvida

Um mal para o qual

Não existe cura