DE  MÃOS  DADAS . . .

No frio parapeito
da minha janela
virada ao nascente,
poisado de lado
displicentemente,
estava o livro que me deste
nesse dia tão distante
em que mui hesitante
eu disse gostar de ti...

Tranquilo, sorriste...

Esse sorriso primeiro,
de um jeito menino,
foi o afago ligeiro,
um sopro de alma
que com tua calma
mais me encantou...

No bolso trazias
um livro pequeno
de capa castanha.
Poesia, explicaste.
Música, entendi...
p'ra mão mo passaste
e logo o abri...

Em letra corrida
estava o meu nome...
Olhei-te nos olhos
e vi que me amavas...

Os anos passaram,
passou-nos a vida...
E agora releio
já encanecida,
a tal poesia
que
de mãos dadas
fomos escrevendo
(e valeu a pena)...


Beijinhos,
Teresa Lacerda
Enviado por Teresa Lacerda em 26/06/2010
Reeditado em 27/06/2010
Código do texto: T2343309
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