Banco dos Réus
Vejo névoa, atmosfera cinza
Há um palor nato na esfera
Estou vestida de negro, e fria
Mas, o meu eu, prisioneiro - espera
Sinto vestígios mesclados de nada
Porém o tudo exala-se no escuro
Sinto pulsar uma chuva na chama
E n'alma formigar o futuro
O errar esvoaça meu arco íris colorido
Me faz curvar diante dos farelos
Meu pesar é pesadelamente ferido
E o palor transgride ao desespero
Sinto milhares de olhos cristalinos
Críticos, cínicos, derradeiros
Holofotes vindo do céu em helicópteros
Gritos gargalhos, sarcasmos inteiros
Meu juramento sagrado e as algemas
O holofote verde cai sobre mim
Não quero advogado e nem pena
Teu veredito me basta enfim
No banco dos réus - a sentença