*O novo minuto da nova era*
Ninguém ouviu o tilintar das taças na nova era,
não houveram taças,
só a nova era.
E, também, existia um céu que explodia,
ele parecia chorar,
embora tivesse a cor vermelha,
e um gosto ruim.
Ninguém ouviu os gritos que nasciam da mesa ao lado,
porque eles não existiram,
sequer uma mesa ao lado,
apenas o verde que balançava
vez ou outra, num jardim solitário.
Ninguém saudou o novo minuto com rezas,
porque o minuto, novo, não existia,
porém, ninguém...
ele estava lá...
Ninguém viu passar pela frente alguns,
embora alguns fingissem não passar,
ainda que não passassem ou sim,
Ninguém sentiu o fim,
mesmo que desta os dois fossem verdade.
Ninguém percebeu o fim,
embora o fim houvesse percebido Ninguém...
no novo minuto,
as taças tilintaram,
ecos ecoaram,
mesas gritaram,
rezas existiram,
saudações nasciam,
e alguns morriam...
Por que?
As coisas não precisam de você!