*O novo minuto da nova era*

Ninguém ouviu o tilintar das taças na nova era,

não houveram taças,

só a nova era.

E, também, existia um céu que explodia,

ele parecia chorar,

embora tivesse a cor vermelha,

e um gosto ruim.

Ninguém ouviu os gritos que nasciam da mesa ao lado,

porque eles não existiram,

sequer uma mesa ao lado,

apenas o verde que balançava

vez ou outra, num jardim solitário.

Ninguém saudou o novo minuto com rezas,

porque o minuto, novo, não existia,

porém, ninguém...

ele estava lá...

Ninguém viu passar pela frente alguns,

embora alguns fingissem não passar,

ainda que não passassem ou sim,

Ninguém sentiu o fim,

mesmo que desta os dois fossem verdade.

Ninguém percebeu o fim,

embora o fim houvesse percebido Ninguém...

no novo minuto,

as taças tilintaram,

ecos ecoaram,

mesas gritaram,

rezas existiram,

saudações nasciam,

e alguns morriam...

Por que?

As coisas não precisam de você!

Tatiana Marques (Tath)
Enviado por Tatiana Marques (Tath) em 24/06/2010
Reeditado em 24/06/2010
Código do texto: T2338653
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