Última blasfêmia
Sepulto em lápide fria toda blasfêmia
Arte lasciva que me enfraquecia...
Jogo em cima da campa marrenta
Um girassol de despedida
E, não regressarei jamais
Antes que o último verme se farte!
Cavo com mãos e unhas a cova mais funda
E ela tão movediça de ódio enfermo
Em fúria tenta tragar-me mais uma vez
Como sangue-suga em último adeus
Mas... Parto viva, em chagas
De mãos vazias, alma cansada
E, caminhos tão cheios...
Deixo as blasfêmias que recebi como presente
Abandonadas em derradeiro féretro
Não rezarei, não velarei, não chorarei
Que se fartem os abutres, os parasitas
Estes de réus a vítima sombria
Morrerão tão breves, envenenados!