Geração Y e as suas tonalidades
Sou eu ou é o mundo que se desapropria
Durmo nas pétalas das orquídeas cinzas
A tecnologia cresce e devora a amarelinha
A privacidade é roxo como laço funerário
Corro... como presa de mim mesma
Sou enlaçada pelas ondas sonoras do celular
As crianças não pulam mais elástico
Bola, peteca ou casinha
Desejam o universo virtual para brincar
Exercitam o cérebro, esquecem o corpo
E a infância cor-de-rosa, o faz de conta
O lúdico das reticências é sepultado
No cognitivo solo da internet
Globalização, avanço tecnológico, modernidade
Onde a única certeza é que tudo muda
A vida íntima é céu aberto escancarado
Onde tudo que exige respeito é banalizado
Acessibilidades infinitivas, informações gratuitas
Até a velha máquina de escrever virou quinquilharia
Onde informações se misturam a porcaria
É preciso colorir o mundo cinzento de hoje
Com o respeito e educação de ontem
Somado a modernidade cultural do amanhã
Valores não podem ser substituídos
Nem a educação pode ser corrompida
O respeito à natureza e ao professor
E a toda forma de vida, precisa ser primordial
Fecho os olhos para fugir desta selva de pedras cinzas
(Perdoe a minha ignorância, mas prefiro a velha calmaria)
O dia-a-dia é uma correria, o trabalho traja o stress capitalista
As pessoas dormem e comem mal
As mães deixam de educar as suas crias
Para ganhar uma ninharia e elas crescem (como Deus criou feijão)
E sem água como alimento justo para o grão/mundo
Os adultos vivem cansados de andar em círculos
Preciso pintar uma tela com a minha utopia
Mesclar sonho e arte em cima da poesia
Através da educação o ser humano vinga
Novas edições podem ser reeditadas
O mundo é uma ponte bela, ora bamba
Entre o castelo e o precipício, ora firme
O conhecimento e o respeito devem andar lado a lado
Faço-me nanquim tangerina
Tomo a lua e sou amarelo purpurina
Tiro do batom o vermelho vinho
Ladro o azul turquesa celeste
Mexo e misturo com marrom-glacê
E pinto um universo de pétalas coloridas