INSTANTE DE PAZ...
No jardim da casa grande da avenida central
um homem sisudo caminha prá lá e prá cá...
Na cabeça equilibra os problemas do mundo,
no olhar nem um pouco do verde da ramagem.
O vento que sopra não faz sopro no seu rosto.
Apenas incomoda a inquietude negocial que
ele trás sempre nos ombros e no semblante...
Caso de quem há muito se tornou impassível.
Nos momentos em que há um pouco de calma
pesam no corpo e na alma os martírios da vida.
As alegrias não vividas e a saudade infinita
do tempo que passou e não volta jamais,
passam agora voando
se segurando nas asas
da borboleta colorida
que mora no jardim...
Ao homem de negócio, ao menos,
um etéreo instante de paz total...