Pérfido
Eclode-me a blasfêmia enraizada
D’alma perfura-me as vísceras
Como chaga latejante
De sangue mórbido borbulhante
Sobre o véu do purgatório
Rogai-me complacente e sacrossanta
D’outro amor em luxúria mundana
Corrompido amor pudico idolatrado
Dos castelos intrínsecos de cristais
Que lascivo, quebrados por ti
Olhai-me suscetível a rubéola
Aos males metafóricos do eczema
Pérfido usurpado do sempiterno
Dissoluto das dores cancerígenas
Que morfina (perdão) não alivia
Perdoai se o esquecimento não impera
Se vaidade aleijada e ira cega
Não calam o grito mudo que esperneia
O coração não comissura dor imensa
O sangue lúdico é sorvido pingo a pingo
E, o amor interciso agoniza em despedida