Pérfido

Eclode-me a blasfêmia enraizada

D’alma perfura-me as vísceras

Como chaga latejante

De sangue mórbido borbulhante

Sobre o véu do purgatório

Rogai-me complacente e sacrossanta

D’outro amor em luxúria mundana

Corrompido amor pudico idolatrado

Dos castelos intrínsecos de cristais

Que lascivo, quebrados por ti

Olhai-me suscetível a rubéola

Aos males metafóricos do eczema

Pérfido usurpado do sempiterno

Dissoluto das dores cancerígenas

Que morfina (perdão) não alivia

Perdoai se o esquecimento não impera

Se vaidade aleijada e ira cega

Não calam o grito mudo que esperneia

O coração não comissura dor imensa

O sangue lúdico é sorvido pingo a pingo

E, o amor interciso agoniza em despedida

Sheila Gomes de Assis
Enviado por Sheila Gomes de Assis em 20/06/2010
Código do texto: T2331739
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