O AMOR É CEGO
Não vejo,
não sinto,
não sei como chamar
o que não posso reconhecer.
Dizem que o amor está em mim,
em tudo,
na boca, nas mãos,
nos abraços rápidos
que sempre demoro a identificar.
Eu não posso te ver,
sorrindo, distante, quente,
doce, contente.
Tudo não passa de visões turvas da gente.
Tua luz é guia,
mesmo quando há perda.
O brilho ofuscado,
por olhos que mesmo abertos
permanecem fechados
imaginando como seria
a vida de verdade.
Eu não posso te reconhecer
em silêncio, ausente, triste,
cansada das noites
que nunca amanhecem na vida da gente.
chuvasong@hotmail.com
PS: Poema em homenagem a Maria Josefa Mujia, poetisa boliviana que cega desde criança, afirmou ter desconhecido o que é o amor.