MEUS FRAGMENTOS...
Tenho em mim um poema solto,
que se agregassem as palavras
daria uma poesia alforriada
de leis e conceitos retos.
Sei que meus poemas não causam tempestades.
Sei do sabor insosso, o vazio que trás nas mãos;
Mas, se souberem, por entre as teias distendidas
poderão sorver partículas tímidas de um encanto.
Os vocábulos me ensinaram a voar.
Desço surfando na seiva das veias...
Quem sabe à mão pintar palavras,
faz sua própria e singular aquarela.
Voa livre nas asas dos passarinhos!
Descanse nos braços da noite
e ouça o som do açoite
da chuva na serra...
É lá que o raio e o trovão
clareiam o céu e o chão,
brincando de guerra...