Louise Labé, Onzième Sonnet (ADAPTAÇÃO DE TÂNIA MENESES)

Louise Labé, Onzième Sonnet

Sonnets, Élégies, Épitres...

baptiste.coulmont@nyu.edu

Ô doux regards, ô yeux pleins de beauté

Petits jardins pleins de fleurs amoureuses

Où sont d'Amour les flèches dangereuses,

Tant à vous voir mon oeil s'est arrêté !

Ô coeur félon, ô rude cruauté,

Tant tu me tiens de façons rigoureuses,

Tant j'ai coulé de larmes langoureuses,

Santant l'ardeur de mon coeur tourmenté !

Doncques, mes yeux, tant de plaisir avez,

Tant de bons tours par ces yeux recevez ;

Mais toi, mon coeur, plus les vois s'y complaire,

Plus tu languis, plus en as de souci.

Or devinez si je suis aise aussi,

Sentant mon oeil être à mon coeur contraire.

***

0 gentle gaze, 0 eyes where beauty grows,

Like little gardens full of amorous flowers,

Where Love lets fly sharp arrows from his bow,

Where my eyes too have gazed for many an hour.

o felon heart, 0 savage cruelty,

Binding me in so many iron chains,

So many are my lovesick tears and sighs,

My heart so tortured by its burning pain.

Thus you, my eyes, so much delight have had

From gazing in his eyes, so much enjoyment;

But you, my heart, the more you see them glad

The more you languish and the worse your torment.

Then guess if there is any joy for me,

Knowing my heart and eyes thus disagree.

Text from:

www.english.uiuc.edu/holle/101f99/louise_labe.htm

http://coulmont.com/labe/sonnet11.html

Fiz uma brevíssima leitura sobre a poeta, Louise Labé, mas ainda não ofereço uma breve nota biográfica, o que pretendo fazer. Entretanto li alguns dos seus sonetos e me atrevo a tentar uma releitura. Digo uma releitura, uma adaptação, algo totalmente livre na captação do pensamento da poeta. Não se trata mesmo de uma competente tradução. Meu francês é pouco. Li o Soneto XI e tentei apenas fazer uma divagação poética. Apenas isto.

Oh, doce olhar, plenitude e beleza

Jardins cobertos d’amorosas flores

D’onde vem perigo, flechas d’amores

Meu olhar no teu se enche de grandeza

Oh, coração, oh, rude crueldade,

Imerso em langores apaixonados

Quanto mais tenho olhar atormentado

Queimo na fogueira da impiedade

Meus olhos se deleitam, maravilha...

No enlevo do meu olhar percebido

Meu coração no teu amor fervilha

Tormento em nossos olhos confundido

Mentem, amor, meus olhos, todavia

Meu coração no teu é alegria