À FLOR DA PELE

Sinto uma excitação poética

A exercer sobre meu corpo os efeitos naturais de um biológico ser

E o transcendental também me lambe

Labaredas

Escrevo sem parar e sem sobre a teoria pensar

Eu me caso com a teoria no exercício que a perverte e enlouquece

Em sua inconsequência de estática prece

Subverto o método

Quebro paradigmas

Jogo no lixo os pontos e também as vírgulas

Vem a ciência e diz

Mas precisas do signo linguístico

Sim, negar como haverei de

Os signos são as ferramentas

As muletas

A poesia é o cavalo selvagem dos prados cheios de vento

A poesia é do mar o tormento

Das estrelas o firmamento

Do orgasmo a completude

Sem fingimento