INSÍDIA

Poeta notívaga sou

Boêmia

Alma cantante e desentoada

Dessas de desejar afogar-se

Na luz do luar sobre o mar

A poesia, veneno em minhas veias

Acaricia-me os seios

Encosta-se em mim

Totalmente

Insidia a sua na minha língua

Eu a rejeito

Digo não

Sem jeito

Ela insiste

(a inspiração, ciumenta deste enleio)

Beija-me a boca

Infinitamente

Docemente

Convence-me

Entrego os pontos

Outra vez

Me vence