Fora do tempo...
Euna Britto de Oliveira
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Fora do tempo...
Euna Britto de Oliveira
Caiu a demoradíssima ficha!
O que parecia ser, não é.
O que se tem mais? – Boa-fé ou má-fé?
O que impede a visão?
O que tapa a audição?
Não do corpo, mas da alma!
Falta discernimento.
Faz parte do processo – se há engano,
Um dia, mais cedo ou mais tarde,
Haverá desengano...
No frontispício do hospício,
A cara da vida ensandecida...
Equilíbrio é para poucos.
Não posso mentir para mim.
Escrita sobre sabão, a história de um momento.
Um poema parado, de braços cruzados, esperava por registro...
Outro, desesperado, correndo de um lado para o outro, também esperava!...
Nem a um, nem a outro, se escutava...
Quanta poesia na espera!...
E eu aqui, exposta ao vento e ao relento,
Com a alma debaixo do sol,
Juntamente com o corpo,
Esperando a voz de Deus pra me dizer o que fazer com o tempo,
Neste lugar, neste momento!
O pensamento não cabe no tempo,
Invade outro lugar,
Fora do tempo...