Acordo na manhã sombria
sem sol com ares gelados
apenas a brisa me abraça
porque muito sabe de mim
Pássaros preguiçosos não vieram
estão quietos em algum lugar
esperando algum raio de sol
para saírem a cantar
Sinto no ar estranho perfume
de um outono quase inverno
o coração fica em conluio
recluso na monotonia
Nesta manhã tão sombria
pareço nem me conhecer
silenciosa lágrima cristalina
teima em meu rosto descer
Olho para o céu um instante
à procura de tudo ou de nada
sinto um esboço de adeus
na brisa que vem tão gelada
Sou assim alma e sentimento
estranha em se fazer revelar
não digo do amor que acalento
no coração sempre a germinar
***************
A minha poesia não é trova
não é soneto,nem prosa
é apenas uma síntese
de uma segunda feira
em que temos certa letargia
em ares de recomeço
quando em mim a melodia
deixa mais meditação
assim em compasso lento
misturo poesia e canção.
17/05/10