O Eclipse de um Santo
Vejo um homem simples
Qual velho pescador
Chapéu rodado de palha
Debruçado na madeira, no metal
Falar calmo e disfarçado
Em um dia mais que normal
Cabelos e barba branca
Esvoaçam ao vento
É só mais um de seus trabalhos
Atrás de embaçada lente
Da catarata eclipsante
Encobre como quem mente
Um sentimento em retalhos
Dura vida... vida dura
Antes não durasse tanto
Pois nunca verá a formosura
Dos contornos de um santo