GREVE

Hoje a palavra faz beicinho

E mesmo que a beije

Insista

Acaricie

Ela resiste bravamente

Fecha a boca

Trava a língua

Hermética e esfinge

Vira de lado

Cruza os braços

Das pernas faz trança

Fecha o semblante

Nem chora e nem grita

Todo o tempo reluta

Aparece e some

Altiva

Faz greve de fome