Metapoetas

Invejo o ourives quando escrevo,

também as pedras de Itabira,

os contornos da arte...

Drummond, Cecília, Bilac!

Almejo palavras sonoras,

pois de tudo ao meu amor serei atento,

se quem nunca amou assim: um idiota,

almejo palavras ao vento, melodiosas.

Quero a poesia que não tenho,

não saio do meu poema como quem lava as mãos,

vou pensativo, cabisbaixo,

dor sem parto, de uma arte que não quer nascer.

João Cabral, Vinícius, Mário,

quem dera se sopro tivesse,

não sem música, cor, felicidade,

mas com transpiração, tranformação, ação.

Invejo as poucas bela linhas,

invertidas no livros dos versos,

rascunhadas com tanto esmero,

lidas com pouco apreço...

invejo-as, não as conquistei ainda,

obras efêmeras, perpétuas,

singelas, belas, janelas, tagarelas...

pobres rimas minhas!

roxie
Enviado por roxie em 20/04/2010
Reeditado em 13/08/2010
Código do texto: T2208555